Simulacro do descarrilamento de carruagem, no Elevador do Bom Jesus, testou a resposta dos meios de socorro e contribuiu para a formação dos operacionais num cenário muito complicado.

Em Março o histórico elevador do Bom Jesus vai completar 143 e até hoje nunca nele se registou qualquer acidente. No entanto, para garantir que todos estão preparados para intervir num eventual sinistro realizou-se ontem de manhã mais um simulacro, numa operação que envolveu a Confraria do Bom Jesus, os Bombeiros Sapadores de Braga, a Protecção Civil Municipal, o INEM e a GNR.
O simulacro consistiu num cenário de descarrilamento da carruagem n.º 1 do elevador, que fazia o percurso descendente, do qual resultaram dois feridos ligeiros e um ferido grave.
“Este foi um exercício previamente articulado, mas este é sempre um cenário muito difícil, que nos cria grandes complicações sobretudo pela pendente que tem uma inclinação superior a 100%, portanto superior a 45º”, explicou Nuno Osório, comandante dos Bombeiros Sapadores de Braga, destacando a “complexidade a nível técnico” de actuar num cenário com aquelas características.
Neste simulacro estiveram envolvidos 27 bombeiros e sete viaturas dos Sapadores de Braga, quatro operacionais da Protecção Civil Municipal e uma viatura e três militares da GNR.

Nuno Osório realçou que mais importante neste simulacro foi “o processo de aprendizagem”, notando que para este exercício foram mobilizados muitos dos mais novos recrutas da corporação que çodaram pela primeira vez com este cenário de operações.
“O mais importante neste tipo de exercício é a aprendizagem dos profissionais, a coordenação com a Protecção Civil e com a Confraria do Bom Jesus, que é determinante para o sucesso”, afirmou o comandante dos Sapadores, rematando que a expectativa é de que este exercício nunca se torne num acontecimento real, “mas se acontecer estaremos preparados para dar uma resposta forte”.
Nuno Osório realçou ainda o desempenho “exemplar” da GNR “Foi a primeira força a chegar ao local, foi exemplar na forma como interpretou o cenário e passou a informação do que estava acontecer. E depois também exemplar na gestão do trânsito e manutenção da ordem pública”, notou.

Na coordenação da operação esteva o vereador Altino Bessa, que tutela a Protecção Civil Municipal, que destacou também a importância deste exercício para familiarizar os operacionais, sobretudo os bombeiros que integraram os Sapadores de Braga na mais recente recruta.
Em representação da Confraria do Bom Jesus do Monte, Varico Pereira explicou ao ‘Correio do Minho, que este simulacro é realizado de dois em dois anos, sendo “necessário para manter os procedimentos de segurança e para treinar as equipas envolvidas no socorro”, além de ser também um procedimento necessário do ponto de vista legal.
“O Elevador do Bom Jesus nunca teve nenhum acidente e esperemos que assim continue, mas estes exercícios são necessários também para que os seus utilizadores perceberam que estamos preparados para qualquer ocorrência”, referiu.

Para além deste tipo de simulacros, o Elevador do Bom Jesus é alvo de manutenção diária por parte de pessoal especializado e periodicamente também são realizadas as manutenções necessárias, como por exemplo a vistoria anual, através de scanner, ao cabo que liga as carruagens.
Considerado um museu vivo, o Elevado do Bom Jesus é também um meio de transporte de passageiros de utilização regular e diária, o que obriga a que todos os anos seja alvo de inspecção por parte do IMT. “Esta é uma inspecção necessária e obrigatória para que o elevador tenha licença para transportas os utilizadores”, referiu Varico Pereira, notando que são cada vaz mais os utilizadores do Elevador do Bom Jesus. Só em 2024, foram perto de 700 mil.

Fonte: Correio do Minho

Link da notícia: https://correiodominho.pt/noticias/simulacro-testou-resposta-do-socorro-no-elevador-do-bom-jesus/158521