Neste V Domingo da Quaresma (06 de Abril de 2025), em Ano Santo Jubilar dedicado à Virtude Teologal da Esperança – proclamado por Sua Santidade, o Papa Francisco – centenas de pessoas atravessaram a cidade de Braga em direcção ao Santuário do Bom Jesus do Monte tendo por mote o plano pastoral da nossa Arquidiocese que a todos coloca «Juntos no Caminho de Páscoa»; uma tradição de, de ano para ano, vai ganhando maior dimensão.

O Bom Jesus do Monte é, por excelência, o Santuário primordial da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Prefiguração artística, arquitectónica, teologal e catequética do Caminho da Páscoa de Jesus. Por este motivo, todos os anos – desde tempos que há memória – os devotos reúnem-se em Peregrinação Penitencial com início na Igreja de Santa Cruz (Largo Carlos Amarante, Braga) até ao Adro da Basílica do Bom Jesus do Monte onde é celebrada Eucaristia Campal na presença da imagem primitiva do Cristo Crucificado, o Bom Jesus.

D. José Cordeiro, Arcebispo Metropolita de Braga, participou na caminhada de aproximadamente 6km e, já na homilia da Eucaristia a que presidiu, apelidou os 4 escadórios do Santuário do Bom Jesus do Monte (Pórtico, Sentidos, Virtudes e Ressurreição) de «Escadórios da Esperança». Lembrou os 1700 anos do Concílio de Niceia, no qual se redigiu a primeira parte do Credo onde se professa «um só baptismo para a remissão dos pecados», numa estreita ligação com o Evangelho do dia, onde é relatado o episódio da mulher adúltera (Jo 8, 1-11).

“Ao reconciliar todos aqueles homens com a verdade – «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra.» (Jo 8, 7) – Cristo funda uma nova Cultura do Acolhimento, da Escuta e, consequentemente, da Esperança.”

O prelado citou, ainda, Camilo Castelo Branco (no bicentenário da sua morte) lembrando o texto em que o escritor se refere às árvores do Bom Jesus como suas companheiras e confidentes («No Bom Jesus do Monte», 1864). O Madeiro da Cruz é a Árvore da Vida na qual reside toda a Esperança.

Por fim, desafiou todos a conhecerem a Fonte da Esperança (Escadório das Virtudes) onde a figura feminina segura a Âncora e a Pomba [elementos escultóricos desaparecidos], símbolos da Esperança, e onde se lê a inscrição, em latim, da Carta a Tito, que significa: «aguardando a nossa bendita esperança e a manifestação da glória» (Tt 2, 13). Os antigos (que construíram o Santuário do Bom Jesus do Monte) sabiam educar para o Futuro, formar para a Esperança.

O Rev. Cón. Mário Martins – Presidente da Mesa Administrativa da Confraria do Bom Jesus do Monte – agradeceu a presença de todos e o contributo de cada um para que mais uma vez se cumprisse a tradição; e sublinhou o facto de nos encontrarmos junto a uma das oito Igrejas Jubilares da nossa Arquidiocese de onde jorram as Bênçãos de Deus sobre toda a Igreja Sinodal e Samaritana.