Capela da Subida para o Calvário e Obeliscos

Capela da Subida

para o Calvário e Obeliscos

A oitava capela da Subida ou Caminho do Calvário, brasonada, de forma oitavada, já existente na época de D. Rodrigo de Moura Teles, aparece delineada no mapa de Carlos Amarante, com figurado (doze imagens) retocado e reformado pelo escultor Evangelista Vieira, localizada no referido pátio circular à esquerda de quem sobe.

Ostenta por cima da porta de entrada o versículo bíblico: «BAJULANS SIBI CRUCEM, EXIVIT IN CALVARIAE LOCUM», vertido em português por «Trazendo às costas a cruz saiu para o Calvário».

O elemento mais rico, neste cenário, é a Cruz, «árvore da vida», convertendo-se, mais tarde, em símbolo de ressurreição.

Nesta capela podemos tomar contato com a mensagem que se encontra no seu interior: «o Bom Jesus, vergado sobre o peso do madeiro que o Cireneu ajuda a levar, caminha para o Calvário. Os algozes procedem com toda a crueldade. Um arrasta-o com uma corda, presa ao pescoço, como se de um animal tratasse. Outro ameaça-o, com a lança. Um soldado leva na mão o estandarte com as iniciais S.P.Q.R (Senatus Populusque Romanus – o Senado e o Povo Romano)».

De entre o figurado, distinguem-se: O Senhor, Maria Madalena, o rapaz dos pregos, uma mulher com o filho ao colo, a Verónica, Nossa Senhora das Dores, o Cireneu e os Algozes.

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Saímos deste espaçoso pátio, passando por duas colunas (obeliscos) em forma de serpentes enroscadas (animal que prefigura a passagem da vida terrena para a divina), encontrando-se, no topo, a cabeça por onde jorra a água e daí serpenteando. As colunas helicoidais tomaram, de facto, a forma de duas serpentes cujas cabeças assomam na parte superior, sendo interessante reter que o movimento perpétuo da água sublinha o movimento e a viscosidade deste impuro animal. Na base de cada obelisco encontramos quatro cabeças de crocodilos indicando os quatro pontos cardeais.

Destes obeliscos parte uma escadaria muito suave repartida por vários lances e algumas dezenas de degraus, que nos conduzem ao airoso e amplo terreiro das chagas, antecâmara do Escadório dos cinco sentidos, com parapeitos e assentos, onde encontramos, para além da fonte das cinco chagas, mais duas capelas, ambas de planta hexagonal.

Se voltados para poente vislumbramos a cidade de Braga, para nascente impõe-se o majestoso escadório dos cinco sentidos e das três virtudes coroados pela Basílica, local ideal para decifrar, por entre os escadórios, o cálice eucarístico.

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O Bom Jesus do Monte, referência incontornável.