Pórtico

Pórtico

de entrada

A meia légua, a nascente da urbe «Bracara Augusta», no Monte Espinho, em parte coberta de rochas e num plano inclinado e mais elevado sobre a cidade, alcançamos a estância do Bom Jesus, com toda a sua magnitude arquitetónica.

Iniciamos a visita na base da montanha sagrada e numa longa vereda, em linha reta, com 120 metros de comprido, sobre 13 de largo, que dá acesso ao pórtico, cercado por uma série de obeliscos.

Chegamos ao pórtico por dois lanços de escada de pedra em cone de círculo, de onze e seis degraus, entre dois tanques sem inscrições ou figuras, e na meia-laranja frontal ao pórtico elegantes obeliscos.

Na base da encosta, o caminho ascensional inicia-se no pórtico setecentista de granito escuro, estrutura tardo-barroca, assente sobre uma plataforma, com acesso por escada em leque, ladeado por duas fontes de mergulho, em nicho de volta perfeita e com tanque semicircular. Relativamente ao pórtico, o mapa de Carlos Luís Ferreira da Cruz Amarante, de 1789, apenas refere, na legenda, que é detentor de dois cunhais e uma bela empena e é antecedido por uma praça circular que irá ter quatro fontes, o que nunca chegou a acontecer.

Temos acesso à «Nova Jerusalém», à «via-crucis», através do pórtico, constituído por um arco abatido, porta de entrada nos escadórios e no percurso sagrado. É formado por dois delgados pilares de granito em rusticata, com 7 metros de altura e 4 de largura, que sustentam um  arco de volta inteira, rematando com pirâmides, vasos bojudos, e ornatos esféricos. Ao centro e como fecho do arco destaca-se o brasão de sete castelos do arcebispo de Braga D. Rodrigo de Moura Teles, o maior impulsionador da grandiosidade do Bom Jesus, responsável pela construção, em 1723, do primeiro grande lanço de escadaria e capelas. Pelo interior uma esfera armilar e no remate a Cruz Arquiepiscopal.

No exterior dos pilares duas inscrições. Do lado norte: «Jerusalem sancta restaurada e reedificada no anno de 1723», sobre a fonte do Sol. Do lado sul: «Pelo illustrissimo senhor Dom Rodrigo de Moura Telles Arcebispo primaz», sobre a fonte da Lua.

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O Bom Jesus do Monte, referência incontornável.