Terreiro dos Evangelistas ou Largo das Três Capelas

Terreiro dos Evangelistas

ou Largo das Três Capelas

Nas culminâncias do parque, no cume da avenida e do monte, sobressai o largo das Três Capelas e terreiro dos Evangelistas, construído no período 1747-1769, de arquitetura rocaille, com as suas três capelas hexagonais, em forma sextavada, quatro fontes de espaldar contracurvado, no remate dos quais erguem-se as esculturas dos quatro evangelistas, surgindo, sobre as bicas, inscrições alusivas aos escritos dos mesmos, segundo projetos da autoria de André Soares.

Todas as capelas e fontes existentes neste largo correram por conta da liberalidade e inteligência do grande benfeitor Manuel Rebelo da Costa, entre 1750 e 1765, executadas pelos pedreiros António Ferreira, Cristóvão José Farto, Caetano Lourenço, Francisco Soares e Manuel Vivas. As imagens para as capelas, segundo risco do Padre Silvestre de Campos, foram executadas por António Monteiro e pintadas por Matias de Lis de Miranda, José Inácio, João Teixeira e filho, José Galego e José Alves. Também foram esculpidas as quatro fontes, executadas por Ambrósio dos Santos, José de Sousa, Custódio Luís Soares e Manuel Vivas.

A disposição destas quatro fontes que, em 1771, já vertiam água, intercaladas com as capelas dão ao harmonioso terreiro a sua forma octogonal, onde, no seu conjunto, sobressai a ornamentação, as proporções, o enquadramento, o arranjo paisagístico, a imaginária.

Desde o século III, entendem-se por evangelistas os autores dos quatro evangelhos. A partir do século IV ficaram fixados os seus símbolos, João – Águia, Marcos – Leão, Lucas – Touro, Mateus – Anjo ou Homem.

O conjunto arquitetónico deste terreiro, com a circunspeção de claustro monacal, com as suas fontes e capelas de redundante estilo rocaille, povoadas estas de insinuantes grupos esculturais, na sua imaginária de popular afabilidade, torna este terreiro um dos mais apetecidos refúgios da formosa estância, tanto mais que, por detrás da capela da Ascensão, se desvenda um dos trechos panorâmicos mais atrativos desta montanha privilegiada, os barrocais do Gerês, com os seus tons e cores. As três últimas capelas estão assentes sobre grandes patins e cinco degraus acima do terreno: a Aparição de Cristo a Madalena, a Ascensão de Cristo, o Encontro de Emaús.

Este terreiro remata com a beleza e a majestade cenográfica do lugar, do arvoredo e da paisagem.

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O Bom Jesus do Monte, referência incontornável.