Figuração da Docilidade
À esquerda, a figura da Docilidade é representada por uma mulher com o braço esquerdo levantado, apertando na mão uma serpente (desaparecida). No braço direito ostenta um escudo com uma cabeça de elefante, rematada por uma ampulheta coroada com uma serpente ente dois espelhos. Na cartela está escrito: «CORDE ENIM CREDITUR AD JUSTITIAM» que se traduz por «com o coração se crê para alcançar a justiça», melhor, o coração vê para além das aparências.
No santuário do Bom Jesus, compondo a figura da docilidade, o elefante é representado suportando a ampulheta, símbolo do tempo que passa, sobre a qual está uma serpente, símbolo de Cristo crucificado, entre dois espelhos, instrumentos que no universo místico têm a função de captar a Palavra Divina, facto que os transforma nos símbolos por excelência, da manifestação refletida da Inteligência Superior.
No estudo da Docilidade, a utilização destes símbolos compõe uma única mensagem: «Cristo, suporte do mundo (elefante), homem pregado na cruz (serpente), anula a fugacidade do tempo terrestre (ampulheta) ao se mirar no espelho (Palavra de Deus) o único caminho possível para se atingir o estádio superior, ou seja, o reino divino onde impera a justiça».