Capela da Flagelação e Fonte de Mercúrio

Capela da Flagelação

ou dos Açoites e Fonte de Mercúrio

Esta ascensão pela montanha sagrada conduz-nos a outra capela brasonada e oitavada, com uma única imagem, Cristo preso a uma coluna, da autoria de Fonseca Lapa, escultor de Gaia.

Nesta cena, a comunicação não-verbal é transmitida pela expressão de piedade da face de Cristo.

Outra legenda, em latim, encontra-se no topo frontal da capela: «APPREHENDIT PILATUS IESUM, ET FLAGELLAVIT», traduzida literalmente por «Pilatos prendeu Jesus e mandou-0 açoitar». Evidentemente que não foi Pilatos quem flagelou Jesus, mas foi ele que, usando a sua autoridade, o mandou executar sem qualquer motivo.

No interior da capela, outra mensagem sobressai aos nossos olhos: «No rés-do-chão do Palácio do Governador Pôncio Pilatos existia uma colunata e foi a uma dessas colunas que prenderam o Bom Jesus para descarregarem no Seu Corpo divino as chicotadas da flagelação!… um tormento horroroso que nem aos animais se podia dar».

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À esquerda da capela sobressai a fonte de Mercúrio, divindade romana, filho de Júpiter, identificado na época clássica com o grego Hermes. Está simbolizada por uma mão sustentando a vara alada em que duas serpentes se enroscavam, encimada por duas asas.

A fonte ornamental barroca, alem destes símbolos, conta também com um magnífico jogo de volutas (ornatos em espiral) e conchas, característico do rococó.

Mercúrio aparece aqui como mensageiro do pai e, simultaneamente, como um pastor, aquele que guia as almas para o reino dos mortos.

Colocado junto à capela que abriga a cena do Cristo preso à coluna, a fonte e o passo conjugam-se para fazer ver ao peregrino que o reino de Deus só poderá ser atingido à custa de sacrifício.

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O Bom Jesus do Monte, referência incontornável.